Peguei o lápis
a borracha
e o papel.
Olhei, focalizei, imaginei e até admirei aquela folha em branco.
Tentei, tentei, tentei, continuei tentando e nada.
Não sabia se quem tava mais vazio era eu ou o papel.
Mas papel é papel. Não tem sentimento. Ele é branco, vazio.
A gente que rege ele, escolhe a cor, as curvas, se para, continua.
Aquarela, guaxe, giz de cera, lápis, pilot. Se amassa, joga fora,
guarda pra sempre, cria laços, odeia, apaga, escreve de novo.
Se deixa ele em branco, se dá pra alguém. Marionete, que a gente faz o que quer.
João bobo, que vai sendo passado. Que viaja cidades, países, continentes ou apenas corações.
Que é romântico, namorado, casado. Fofinho, te amo pra sempre. Meio antiquadro, na modernidade.
As vezes amarelado, sem querer, não por falta de cuidado, mas sim por não ver.
É branco, é papel. É vazio, é colorido. É aquilo que a gente quer que seja.
Sonho.
Pedra, papel ou tesoura.
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011Postado por Fefa Guerra às 16:05
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário