A sua distração me incomoda.
Fico presa entre a razão e a emoção.
Tento fazer algo mas o que ecoa na minha cabeça é um "não".

Queria ter mais coragem e pôr em prática tudo o que eu penso,
tudo que eu idealizo.

Eu penso, penso, mas não concretizo.

Fico presa dentro dos meus medos e das minhas barreiras, 
deixando, talvez, escapar tudo o que eu quero 

E sempre me arrependo. E de novo e de novo.

Talvez um dia eu quebre essas correntes
E deixe a correnteza do rio me levar pra onde eu tenho que estar.

Talvez eu faça o que eu quero e não o que os outros acham que eu deva fazer.

O problema é ficar sempre no talvez.

Tenho muitas histórias pra contar, mas não são nem metade das que eu queria concretizar.

Mas talvez um dia aconteça.

Talvez.

Quilômetros perdidos

Só sei que do nada fui tomada por um vazio.
O que era fogo virou água, a rocha virou pó.
O bonito ficou feio,
E eu me senti só.

Eu percorri quilômetros sem sair de casa,
Eu imaginei uma possível vida,
Mas você cortou minha asa.

Voltei pro meu lugar, 
De onde eu nunca devia ter saído,
É aonde eu tenho que ficar.

Eu sei que amanhã é outro dia
E é assim, um dia de cada vez
Mas ainda vou lembrar daquela foto
Em que você sorria.

Não tem mais bom dia,
Mas com isso não fico triste
Apesar da apatia
A felicidade em mim persiste.

Amor de praça

Amor de praça, 
Vem sempre de graça.
Nunca pedi, nunca medi
Sempre veio e nunca resisti.

Com alguns, fui muito feliz
Com outros, tive que ser atriz
Com outros, virei aprendiz

Guardo todos comigo
Até hoje, como um amigo

Se fico triste, relembro
E com eles, reaprendo.

E com eles, eu vou vivendo
Longe deles, não me contento

Gosto de contar,
Gosto de trocar
E de me perguntar
Se no meio dessa caminhada
o amor de praça não vai pegar a estrada?

Avisa à ele, que eu ainda uso as roupas que ele me deu pra eu usar de pijama,
Aquelas, que ele botou o perfume dele,
Mas diz também, que eu ainda as uso mais por falta de roupa,
Do que por nutrir algum sentimento.

Tá acendendo um cigarro de tristeza,
baforando fumaça de saudade,
batendo cinzas de solidão.

E eu achando que seria tudo fácil
ficar longe, um tempão, assim
Acabei percebendo 
que fiquei mais longe de mim
Estava menos comigo
Tudo era menos curtido
Eu procurava abrigo

Quando percebi
Já tinha fumado um maço de saudade
Pensando que até voltar
Levaria uma eternidade

Vou sentar a mão no meu coração
Que fica me lembrando do que aconteceu
Em vão
Sou corna de mim
Me traio, me atraio, te atraio
No final, eu fujo
Eu saio.

Invento mil desculpas pra mim mesma
Acredito
Persisto
Insisto.

Luiz é 
Luz,
Raio,
Estrela e
Luar.
Manhã e tarde
Que arde 
Na voz rouca
Ouça.
Faz música 
Com estilo
Com estima
Com mistura.
É rock, pop
Praça !
Heineken gelada.
É festinha na lapa
Festinha que não acaba.
Ele é samba
É molejo
Eu almejo
Ter o dom
Que ele tem.
Esse dom
Que é tom
Quieto on.
Que é todo dele
Que é amor
Que é dor
Por favor
Toca mais uma.
Já não quero mais,
Mas
Sei que posso
Que devo
E
Que vou esperar
Pra ouvir
Ele cantar.